Eventos da agenda descentralizada proporcionaram experiências gastronômicas singulares, tanto em Rivera, quanto em Sant’Ana do Livramento
Reconhecer e apreciar os sabores dos vinhos e azeites produzidos na região fronteiriça. Estes foram os objetivos das atividades descentralizadas realizadas neste domingo, 30 de julho. A programação da oitava edição do Fronte(i)ra – Festival Binacional de Enogastronomia contou com duas agendas, uma em Rivera e outra em Sant’Ana do Livramento, além dos city-tours comunitários.
Promovidas por empresas apoiadoras do Festival, ambas as atividades atraíram grande público, que pode aproveitar o dia de sol e temperatura amena para apreciar as nuances dos sabores. Em Rivera, o encontro foi nos olivais da Castel Nuovo, onde os participantes do Festival foram recepcionados com um assado de cordeiro no fogo de chão.
O casal Gabriela e Pablo Pachiarotti conduziu o grupo para uma visita ao olival. Ali, eles contaram a história do empreendimento – que passou por uma etapa de testes de diferentes tipos de oliveiras, antes da implantação dos pomares. A primeira colheita foi realizada em 2016 e, atualmente, a propriedade conta com árvores do tipo arbequina e picual.
O processo de extração do azeite, feito na propriedade, foi detalhado antes que o grupo passasse para a degustação dos produtos monovarietais. Uma das pessoas que acompanhou a programação foi o intendente de Rivera, Richard Sander. Para ele, chamou atenção que não apenas o azeite servido é produto local, como o cordeiro assado neste domingo é da criação da propriedade.
“Me parece muito bom poder mostrar as melhores coisas que temos, tanto do lado de Rivera, como do lado de Livramento. E vir ao território, estar com os produtores e que te expliquem de onde sai cada coisa que temos – e com tanto valor agregado – como é aqui nos olivais onde se faz o azeite, mas que também é semelhante com o mel, e com os vinhos”, afirmou ele, ao ressaltar o papel do Fronte(i)ra na aproximação das cadeias produtivas e das universidades, tanto nos fóruns técnicos, quanto nos concursos culinários.
Já em Sant’Ana do Livramento, a agenda do Festival foi marcada pelo lançamento de produtos da Almabaska Vinhas e Vinhos. Esta empresa, formalmente criada em 2020, apresentou novos rótulos em um almoço organizado no Solar Dom Pedro (Armour). O centro de eventos é capitaneado por Fabrizzio Conti, presidente da Mesa de Destino Rivera – quem comemora a ampliação do Festival a partir da extensão de dias dedicados aos eventos descentralizados.
“Para as empresas que produzem vinhos e azeites, as agendas descentralizadas são muito importantes. É quando elas conseguem mostrar melhor seus produtos e dar uma experiência do terroir de forma mais exclusiva”, avaliou Conti.
Percepção alinhada com a dos sócios da Almabaska, Claudio Escosteguy e Alvaro Arterche (que administram a empresa junto das esposas Célia Luísa e Sílvia) “Para nós, este almoço dentro da programação do Fronte(i)ra representa um marco histórico. Porque nos profissionalizamos de fato a partir de 2020, nessa área de vinhos. Já temos produção de uvas e de azeitonas de outros anos, mas nos profissionalizamos mesmo quando formalizamos a empresa. A Almabaska Vinhas e Vinhos. E, neste evento, estamos fazendo o lançamento de cinco vinhos novos. A gente não tem vinícola, vinifica com vinícolas amigas que nos compram uvas e ao mesmo tempo nós mandamos fazer um pouco de vinho para nós”, disse Escosteguy.
Arterche pontua que, mesmo sem receber turistas, a Almabaska participa do setor apoiando eventos como o Fronte(i)ra. Ele percebe que, ao longo dos anos, o perfil do visitante que busca a região tem mudado. “Também tem aumentado o interesse da população local, por conhecer e participar das atividades”, comemorou.