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Ensino superior binacional pode ser promotor do desenvolvimento na Fronteira

Ministro Paulo Pimenta afirmou hoje em Rivera que reconhecimento automático dos diplomas de universidades binacionais será ferramenta importante de integração

O desenvolvimento territorial conjunto entre o Brasil e o Uruguai, em especial no contexto das cidades conurbadas de Sant’Ana do Livramento e Rivera foi tema de debates na manhã deste sábado, 5 de agosto. A sede da Intendência Departamental de Rivera foi palco do Fórum Binacional de Integração Brasil – Uruguai, que contou com a participação dos ministros Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação do Brasil, e Tabaré Vieira, titular do Turismo, no Uruguai.

Este fórum é parte da programação de debates binacionais que compõe a oitava edição do Fronte(i)ra – Festival Binacional de Enogastronomia, que encerra neste sábado. O evento começou no dia 28 de julho e ocupa o Parque Internacional entre Sant’Ana do Livramento e Rivera desde o dia 1º de agosto. No local, além de feiras de produtos da fronteira (como queijos, vinhos, azeites e mel) se realiza uma extensa programação cultural e gastronômica. Nos quatro primeiros dias, 48 mil pessoas já haviam passado pelo local. A estimativa é que a edição 2023 bata recorde de público, chegando a 60 mil visitantes.

O ministro brasileiro ressaltou a importância de o Brasil estar na presidência rotativa do Mercosul e as oportunidades que se abrem com a postura de integração regional, assumida pelo Governo Federal. “Hoje fiz uma reunião com universidades e Institutos Federais do bioma pampa, que aqui (em Livramento) têm laços com institutos tecnológicos uruguaios. Percebemos muitas oportunidades. Se hoje existe a possibilidade de reconhecer automaticamente os diplomas de cursos técnicos nos dois países e pudermos estender este acordo aos cursos de graduação, poderemos criar um processo intenso de desenvolvimento local”, afirmou.

Já o ministro do turismo do Uruguai, Tabaré Viera, centrou sua fala no entendimento que a integração binacional feita com base no turismo é uma oportunidade. Que é possível seguir avançando na oferta de produtos turísticos comuns na zona fronteiriça, como o turismo de compras, visitas às minas uruguaias, turismo esportivo e a realização de eventos.

Para Vieira, é fundamental o credenciamento do aeroporto de Rivera como binacional – pois irá ajudar a desenvolver tanto o turismo, quanto facilitar a logística de cargas. Detalhando investimentos em infraestrutura que o seu país tem feito, o ministro observou que “não há nada mais injusto que tratar situações diferentes de forma igual”.

O Fórum Binacional de Integração contou, ainda, com a participação da coordenadora de gestão de territórios do Ministério de Integração e Desenvolvimento Regional, Simone Noronha. Ela afirmou que o governo federal colocou como prioridade o desenvolvimento das zonas de fronteira, através do investimento nas cadeias produtivas locais para que ganhem competitividade. É o caso da ovinocultura em Sant’Ana do Livramento – que recentemente recebeu o título de Capital Nacional da Ovelha.

“Um dos maiores gargalos desta cadeia é garantir a qualidade do produto. Dados oficiais apontam que apenas 5% do rebanho ovino e caprino do Brasil tem abate certificado. Temos muito a aprender com o Uruguai”, observou.

Por sua vez, o deputado uruguaio Marne Osorio, membro da Comissão de Assuntos de Fronteira, ressaltou os avanços feitos na questão da integração acadêmica. “Temos um caminho sendo trilhado, como universidades que apostaram pela fronteira. Não por um país ou outro. Mas com clara vocação à integração. Temos governança tácita, que demanda dos governos inteligência e projetos. É um caminho de construção da competitividade que seguimos e temos muito pela frente”, afirmou. Para Osório, os cursos tecnológicos superiores poderão ser os primeiros a receber um marco formativo que os habilite ao reconhecimento binacional.

Os desafios, claro, passam por questões que vão além da integração de currículos. Em Sant’Ana do Livramento e Rivera, alunos dos dois lados podem se matricular em qualquer uma das seis universidades com campi local. Entretanto, o transporte público e estudantil não pode ultrapassar a linha de divisa. O intendente de Rivera, Richard Sander, e a prefeita de Livramento, Ana Tarouco, apelaram pelo apoio político dos ministros presentes para que estes aspectos práticos possam ser superados.

 

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