8Fronteira - Fórum Binacional do Azeite de Oliva

Olivicultores brasileiros e uruguaios vislumbram acesso conjunto ao mercado mundial

Aproximação aconteceu no Fórum Binacional do Azeite de Oliva, realizado pelo 8º Fronteira – Festival Binacional de Enogastronomia

O aumento da produção de azeites traz o desafio de comercializar o produto de alta gama no mercado nacional. O diagnóstico é do coordenador da Câmara Setorial da Citricultura e Olivicultura do Estado, Paulo Lipp João, que participou na tarde desta quinta-feira, 3 de agosto, do Fórum Binacional do Azeite de Oliva.

O evento aconteceu em Sant’Ana do Livramento e Rivera, dentro da oitava edição do Fronte(i)ra – Festival Binacional de Enogastronomia. Na programação, foram abordadas questões como os diferenciais do azeite extravirgem para a saúde humana, os desafios do olivoturismo, o potencial dos olivais no sequestro de carbono atmosférico e o uso de bioinsumos, além, claro, das questões comerciais.

Lipp contou que está em curso um estudo, feito pelo governo do Rio Grande do Sul em parceria com o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), para identificar alternativas que impulsionem o acesso ao mercado, como a criação de uma marca forte para o azeite gaúcho (que responde por 90% do volume de azeite extravirgem produzido no Brasil).

“Durante o fórum, ouvi com muita satisfação a ideia do Gonzalo Aguirre, presidente da Asociación Olivícola Urugaya (Asolur), de que é possível que o Brasil, o Rio Grande do Sul e o Uruguai trabalhem em conjunto buscando nichos de mercado. A sugestão é fazer isso com azeite fresco, recém produzido, acesse nichos de mercado nos Estados Unidos e em outros países do hemisfério norte, aproveitando que estamos na contra estação e temos azeite novo quando eles têm produto com seis meses”, destacou.

As últimas duas safras de azeite de oliva no Brasil, e em particular no Rio Grande do Sul, trouxeram à tona o desafio da comercialização. Ao alcançar volumes maiores, encontra-se a dificuldade de escoar o volume total no mercado nacional – ainda acostumado com produto importado, mais barato e de menor qualidade.

Rosane Abdalla, que representou o Ibraoliva no encontro, destacou que os maiores produtores ainda têm estocado produto da safra 2022 e a situação tende a se repetir com a safra 2023. À diferença dos grãos, as oliveiras se beneficiam da estiagem. Além de aumentar o volume colhido, a situação melhorou a qualidade final do azeite.

“Olivicultura não é glamour. Nestes mais de 20 anos desde o começo do cultivo em Caçapava do Sul, aprendemos muito. Testando, errando, encarando os desafios. Esta questão comercial que se apresenta agora é mais um desafio que o setor precisa enfrentar”, disse ela.

O produtor de azeites de Sant’Ana do Livramento, Claudio Escosteguy, que foi um dos organizadores da agenda, ressaltou a importância de abordar as questões de sustentabilidade ligadas à esta produção. O engenheiro florestal Jackson Brilhante, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi/RS) apresentou dados internacionais que apontam que, em onze anos, uma árvore oliveira sequestra 33 quilos de carbono, conforme um estudo italiano.

A oitava edição o Fronte(i)ra promoveu, nesta quinta-feira, outros quatro fóruns binacionais. Foram abordados temas ligados à produção local e orgânica, à criação de cordeiro, ao bioma pampa e à produção de mel. A agenda destes encontros binacionais é realizada em parceria com as universidades brasileiras e uruguaias que têm campi nas cidades fronteiriças de Sant’Ana do Livramento e Rivera.

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