“Um hábito que se preserva de forma circular, muito orgânica da cultura. Remonta um período em que não tinha nem lei, nem rei, nem fronteiras” é assim que a especialista em erva-mate Fernanda Valente entende o chimarrão. Ao lado de Rodrigo Schlee, ela irá conduzir a “Oficina: Mate-chimarrão: Patrimônio cultural da Fronteira”, marcada para começar às 19h do dia 04 de agosto no espaço Fronte(i)ra Cultural.
Ela explica que a dinâmica do encontro, que tem o apoio do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), é a de uma “charla” sobre a erva-mate e o universo que envolve a cultura do mate-chimarrão. “É um costume que começou com os povos originários e está refletida nos avios e na arte envolvida na produção da cuia e da bomba”, detalha a pesquisadora que, junto com Schlee, é proprietária da primeira “matería” do Brasil – a Capitão Rodrigo, em Gramado.
A perspectiva dos pesquisadores é conduzir a conversa até chegar ao que eles chamam de “mate fora da cuia”. Neste momento, a proposta é demonstrar como as gerações anteriores preparavam o mate-doce, caramelizando a erva com açúcar e brasa, dentro da cuia, e preparando a bebida com leite e canela. “Teremos degustação do mate-doce em copinhos, para que o público experimente o sabor que era muito comum na geração dos nossos bisavós”, antecipa Schlee.
Neste encontro, os especialistas irão abordar a influência do mate em aspectos como a formação do gaúcho e o que justifica as diferenças de preferência entre brasileiros e uruguaios com relação ao preparo da erva-mate. “Será interessante, porque o mate na fronteira é bem característico e já se mescla com o mate uruguaio, pura folha. A participação do público será muito enriquecedora, com certeza vamos poder abordar muitos detalhes”, diz Rodrigo Schlee.
O casal também participará, no dia 03, da Feira Binacional do Livro. Na ocasião, irão autografar a obra “Guasqueiro – A Arte gaúcha do couro no apero crioulo”. Ambos os eventos têm entrada gratuita.